PROVAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS
Será que Deus existe? Em caso afirmativo, quais são Seus atributos? Ele é um Deus de amor? Ele é um Deus irado? Ele é passivo e complacente? Ele tem revelado Sua atitude? Saulo de Tarso, conhecido como o Apóstolo Paulo, um teólogo do primeiro século, escreveu para a igreja cristã em Roma: "Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis" (Romanos 1:20). De acordo com Paulo, se fizéssemos uma investigação imparcial do mundo que nos cerca, poderíamos determinar a existência de Deus e Seus atributos pela mera observação das coisas da natureza. Em essência, podemos descobrir o Criador ao examinar a criação.
Deus é necessário ou meramente conveniente? A ciência do século 20 conseguiu provar com certeza que o universo não é eterno - que teve um começo. Um universo eterno é contrário às nossas leis naturais (leis que se mantêm intactas dentro do universo observável). Além disso, começando com a Teoria da Relatividade de Einstein, a ciência determinou que o espaço e o tempo estão interligados. Tanto que, na verdade, eles não são mais conceitos distintos, mas são conhecidos como o "continuum espaço-tempo". Antigamente, houve uma época em que não houve tempo. Assim, explicar as nossas origens ao apontar para a existência eterna do universo já não é uma posição válida. Agora, há somente duas opções para responder ao enigma da existência de todas as coisas: Ou Alguém fez o mundo ou então o mundo se fez. A primeira opção é resumida pela seguinte fórmula: matéria + energia + informações = conceito e design (criação). A segunda alternativa é expressa por esta fórmula: matéria + tempo + energia + acaso = complexidade e design aparente (um acidente incrível).
Será que enxergamos a grande obra de Deus? Durante milênios, a humanidade desenvolveu uma apreciação da beleza e complexidade do universo. No entanto, não foi até 1953, com a descoberta da estrutura da molécula do DNA por James Watson e Francis Crick, que a humanidade finalmente começou a entender o design incrível que permeia toda a vida. Quem verdadeiramente investiga o mistério da molécula de DNA – este incrível micro-sistema digital e redundante de armazenagem e recuperação, com corretor de erros e a capacidade de auto-duplicar-se, possuidor de sua própria convenção de linguagem e do potencial de desenvolver qualquer organismo a partir de material biológico bruto – entende que a vida é o resultado de conceito e design. Ciência da Informação nos diz que conceito e design só podem resultar de uma mente. Portanto, um Criador é o padrão científico de tudo o que vemos. A menos que a humanidade seja capaz de identificar um mecanismo natural pelo qual o universo poderia ter criado a si mesmo, um Criador é necessário.
Em uma tentativa de refutar a necessidade de Deus, o estudante de pós-graduação Stanley Miller executou o famoso Miller-Urey experimento, conhecido como "faísca e sopa", em 1953. Miller baseou a sua experiência nas observações feitas por Harold Urey em 1952 sobre as condições atmosféricas necessárias para a geração espontânea dos "blocos de construção" da vida. O resultado irônico da obra de Miller foi a validação do argumento da Criação. Urey demonstrou que as pressupostas condições atmosféricas da terra primitiva eram letais para os "alicerces" da vida. O oxigênio destrói aminoácidos. No entanto, sem oxigênio para desviar os raios ultravioletas, UV destrói aminoácidos. Assim, a vida não pode se desenvolver como resultado de geração espontânea, com ou sem oxigênio. A geologia indica que o oxigênio tem sempre sido uma parte da atmosfera da terra (cada camada dos estratos, incluindo as camadas mais baixas, são compostas de rocha oxidada). Além disso, Miller demonstrou que a Geração Espontânea cria material letal para os "blocos de construção" da vida. O experimento de Miller-Urey produziu 85% de alcatrão, substância tóxica para a vida. Na verdade, o experimento de Miller produziu apenas "blocos de construção" de aminoácido em quantidades muito pequenas (cerca de 1,9% do produto total), mas eles mesmos eram prejudiciais à vida devido à sua composição estrutural. O princípio do "quiralidade" exige que todos os aminoácidos nas proteínas sejam 'canhotos', enquanto que todos os açúcares no DNA e RNA sejam 'destros'. O experimento de Miller produziu uma quantidade aproximadamente igual de material canhoto e destro, estabelecendo assim o absurdo matemático de tentar criar até mesmo os elementos básicos da vida a partir de um processo de "faísca e sopa". Miller também demonstrou a necessidade de informação em seu processo projetado. Miller realizou o experimento duas vezes, uma vez sob condições "naturais" aleatórias, e uma segunda vez através de uma "armadilha" sintética para prevenir que os aminoácidos resultantes fossem eletrocutados e destruídos por faíscas sucessivas. O primeiro teste, aquele que representou o acaso "natural", não produziu aminoácidos. Assim, a ciência, mesmo em uma tentativa de refutar Deus, demonstrou ainda mais a necessidade de um Criador.
Então, quais são os atributos desse Deus Criador? Em primeiro lugar, a Lei Natural da Causa e Efeito afirma que o efeito é sempre inferior à sua causa. Se toda a energia no universo veio de Deus, é lógico deduzir que Deus é todo-poderoso (Onipotente). Se todo o conhecimento da humanidade é o resultado de Deus, é lógico propor que Ele é conhecedor de tudo (Onisciente). Se tudo o que vemos originalmente veio de um Deus invisível, então Ele existe fora das nossas dimensões físicas (Transcendente). Se todos os seres humanos foram criados por Deus para ser seres pessoais, então Deus deve ser um ser pessoal. Então, o que esse Deus criador onipotente, onisciente e transcendente quer da humanidade? O homem foi certamente criado por uma razão. O que é que todos os seres pessoais querem? A resposta: um relacionamento pessoal com outros seres pessoais.
A vida bastante breve de Tomás de Aquino (1225-1274) começou em um castelo conhecido como Roccasecca, situado em cima de um morro entre Roma e Nápoles. Aos cinco anos, Tomás de Aquino entrou na não distante Abadia Beneditina de Montecassino, onde começou a sua educação. Mais tarde, Tomás de Aquino transferiu à Universidade de Nápoles, onde entrou em contato com um novo grupo chamado de Ordem dos Pregadores ou Dominicanos. Ele acabou se tornando um dominicano, muito para o desgosto de sua família. Aquino passou a estudar em Colônia com Alberto Magno - foi esta associação que o levou a adotar profundamente a filosofia aristotélica. A filosofia aristotélica era algo ao qual Aquino já estava predisposto. Ele tentou empregar a argumentação racional em defesa da teologia Cristã, e adotou os ensinamentos metafísicos de Aristóteles, causando uma mudança em relação à tradição agostiniana da Idade Média.
Aristóteles procurou desenvolver um método universal de raciocínio através do qual seria possível aprender tudo o que há para saber sobre a realidade. Tomás de Aquino não encontrou nenhuma contradição na aplicação deste tipo de raciocínio à religião. Embora tenha admitido que era perfeitamente possível que uma pessoa aceitasse os ensinamentos religiosos somente pela fé e que esse era de fato o melhor método, ele afirmou que a teologia era uma ciência em que a aplicação cuidadosa da razão renderia evidência observável de conhecimentos teóricos.
Aquino foi dado o título de "Doutor Angélico" devido à sua defesa da teologia e foi considerado um teólogo profissional. Não obstante, entre seus escritos estão obras facilmente reconhecíveis como filosofia. Ele também escreveu vários comentários sobre Aristóteles que têm recebido o respeito e admiração de estudiosos aristotélicos. Tomás de Aquino procurou estabelecer uma distinção entre filosofia e teologia:
". . . o crente e o filósofo consideram as criaturas de forma diferente. O filósofo considera o que pertence às suas naturezas próprias, enquanto que o crente considera apenas o que é verdade de criaturas no que diz respeito ao seu relacionamento com Deus, por exemplo, que são criados por Deus, que são sujeitos a Ele, e assim por diante" (Suma Contra os Gentios, vol II, cap. 4).
Aquino segue a explicar, então, que os argumentos ou discursos teológicos eram dependentes de pontos ou princípios iniciais que são enxergados como verdade na base da fé. Discursos filosóficos começam com ideias que são amplamente aceitas, isto é, que são parte do domínio público e do conhecimento geral sobre todas as ciências.
". . . Deve-se salientar que as diferentes formas de saber (ratio cognoscibilis) nos dão diferentes ciências. Ambos o astrônomo e o filósofo natural (físico) concluem que o mundo seja redondo, mas o astrônomo realiza suas conclusões a partir de meios matemáticos, isto é, abstratos, ao passo que o filósofo natural toma por base meios empíricos. Assim, não há nada que impeça uma outra ciência de tratar à luz da revelação divina o que as disciplinas filosóficas tratam como cognoscível à luz da razão humana" (Suma Teológica, Ia, q. 1, a., ad 2).
Tomás de Aquino aplicou esse discurso filosófico às suas Cinco Vias de Provar a Existência de Deus:
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