O menino que quis ser cardeal e se tornou Papa

Bogotá (Terça-feira, 17-04-2012, Gaudium Press) Ao comemorar o aniversário de 85 anos de Bento XVI - cuja data foi ontem, 16 de novembro - são muitos os momentos que se evocam da vida do Papa alemão. Entretanto, há um que chama particularmente a atenção, e em poucas ocasiões é citado em suas biografias: quando criança, impressionado pelo Cardeal Michael vou Faulhaber - que fora Arcebispo de Munique, na Alemanha, durante 35 anos - quis também ser cardeal.

Tal fato é lembrado no livro "Meu irmão, o Papa", biografia de Bento XVI escrita por seu irmão Monsenhor Georg Ratzinger. O sacerdote relata que neste momento, tanto ele como o resto da família acreditavam que o desejo do pequeno Joseph "era só uma fantasia infantil", sem imaginar que se tornaria uma realidade, e que ele inclusive iria mais além.

Comemorando este acontecimento, assim como toda a vida do pontífice, a Gaudium Press fez uma compilação dos momentos mais destacados da história de Bento XVI.

Cresce no interior de uma família de fortes valores cristãos
Joseph Ratzinger nasce em Marktl am Inn, na Alemanha, no dia 16 de abril de 1927, um Sábado Santo, no interior de uma família de fortes valores cristãos, sendo batizado no mesmo dia de seu nascimento.

Ele é o mais jovem de uma família de três filhos - Georg, Maria, e Joseph - cuja infância e adolescência transcorreu em Traunstein, localidade próxima da fronteira da Áustria. Lugar em que seus pais - Joseph Ratzinger, comissário da gendarmeria, e Maria Peinter, filha de artesãos - lhe brindaram com uma formação cristã, humana e cultural, que lhe dariam mais adiante grande força para os difíceis anos vindouros. Especialmente em sua juventude, quando testemunhou as atrocidades do regime nazista, especialmente contra a Igreja Católica.

O início como sacerdote e sua atividade educativa
Terminada a Segunda Guerra Mundial, Joseph inicia seus estudos de filosofia e teologia na Escola Superior de Frisinga e na Universidade de Munique, na Baviera. Formação que durou de 1946 a 1951.

No último ano de formação, mais especificamente no dia 29 de junho, durante a festividade de São Pedro e São Paulo, Joseph Ratzinger é ordenado sacerdote junto com seu irmão George, na Catedral de Frisinga.

Um ano depois de sua ordenação, Joseph inicia uma ampla atividade educativa, primeiro como professor na Escola Superior de Frisinga, e depois em Bonn (de 1959 a 1963), em Münster (1963); e em Tubinga (de 1966 a 1969).

Joseph Ratzinger também fez importantes contribuições ao Concílio Vaticano II, assistindo como teólogo consultor o Cardeal Joseph Frings, então Arcebispo de Colônia, na Alemanha.

Graças a sua destacada atividade investigativa e científica contribui também à Conferência Episcopal de sua país e à Comissão Teológica Internacional.

Bento XVI comemorou seus 85 anos na presença de uma delegação da Baviera

Nomeado arcebispo e cardeal por Paulo VI
No dia 25 de março de 1977, Jospeh Ratzinger é nomeado Arcebispo de Munique e Frisinga pelo Papa Paulo VI, recebendo sua Ordenação Episcopal no dia 28 de maio. Pouco tempo depois, o mesmo pontífice nomeia Ratzinger cardeal. Como purpurado, Joseph participa dos conclaves de 1978, que elegeram como Papas: João Paulo I, e logo após, João Paulo II.

Pouco tempo se passou para que o Cardeal Joseph Ratzinger fosse nomeado por João Paulo Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé - função que exerceu até sua eleição como Papa - e Presidente da Pontifícia Comissão Bíblica Internacional, e da Comissão Teológica Internacional. Ademais, ele desempenhou um importante papel no desenvolvimento do catecismo da Igreja Católica, sendo presidente da Comissão para a preparação do Catecismo, que posteriormente foi apresentado ao pontífice polonês.

Após o falecimento de João Paulo II, o até então Cardeal Ratzinger foi eleito Papa. Isto aconteceu em 19 de abril de 2005. Como pontífice, Bento XVI escreveu três encíclicas: "Deus caritas est"; "Spe Salvi" e "Caritas in Veritate". Ele também realizou 23 viagens internacionais, sendo as últimas para México e Cuba; presidiu quatro Sínodos de Bispos; e escreveu um livro, "Jesus de Nazaré", do qual prepara o terceiro volume; e também participou de 3 Jornadas Mundiais da Juventude.

Com informações do Vatican.va, Infocatólica e ABC de Espanã.